sexta-feira, 20 de junho de 2014

Water under Bridges | Águas passadas

Há momentos em que parece tudo tão complicado. E daí vem alguém que amas e diz: tudo isto vai ser ultrapassado.
Acreditar em nós mesmo é muito importante, mas ter pessoas que te amam  e que nunca duvidam do que és capaz, ah isso sim. Isso é fundamental para o conforto da nossa alma.
Acabei de ouvir uma música (não sei quem a compôs), na voz maravilhosa de Gregory Porter:
"Somebody told me,
"Get over it."
It's like water under bridges
That have already burned. 
They say,
"It gets better,
It gets easier."


Traduzido do inglês tupiniquim para o português tupiniquim (ambos meus, rs) é mais ou menos assim:

"Alguém me disse,
'Ultrapasse isso',
Isto são águas passadas
Não movem moinho,
Eles dizem:
'Isto fica melhor'
'Isto passa'
..."

Passa sempre passa. Tudo passa. Mas passar com quem ama é sempre mais fácil.

Aqui fica esta beleza de música: Water Under Bridges (Águas Passadas)



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Orégano - Defectos Escogidos de Pablo Neruda.

Deixo-vos este presente para a vossa sexta-feira.

Orégano
Defectos Escogidos - Pablo Neruda

Cuando aprendí con lentitud 
a hablar
creo que ya aprendí la incoherencia:
no me entendía nadie, ni yo mismo, 
y odié aquellas palabras
que me volvían siempre 
al mismo pozo, 
al pozo de mi ser aún oscuro, 
aún traspasado de mi nacimiento, 
hasta que me encontré sobre un andén 
o en un campo recién estrenado 
una palabra: orégano,
palabra que me desenredó 
como sacándome de un laberinto.

No quise aprender más palabra alguna.

Quemé los diccionarios, 
me encerré en esas sílabas cantoras, 
retrospectivas, mágicas, silvestres, 
y a todo grito por la orilla 
de los ríos, 
entre las afiladas espadañas 
o en el cemento de la ciudadela, 
en minas, oficinas y velorios, 
yo masticaba mi palabra orégano 
y era como si fuera una paloma 
la que soltaba entre los ignorantes.

Qué olor a corazón temible, 
qué olor a violetario verdadero, 
y qué forma de párpado 
para dormir cerrando los ojos:
la noche tiene orégano 
y otras veces haciéndose revólver
me acompañó a pasear entre las fieras:
esa palabra defendió mis versos.

Un tarascón, unos colmillos (iban
sin duda a destrozarme) 
los jabalíes y los cocodrilos:
entonces 
saqué de mi bolsillo 
mi estimable palabra:
orégano, grité con alegría, 
blandiéndola en mi mano temblorosa.

Oh milagro, las fieras asustadas 
me pidieron perdón y me pidieron 
humildemente orégano.

Oh lepidóptero entre las palabras, 
oh palabra helicóptero, 
purísima y preñada
como una aparición sacerdotal 
y cargada de aroma, 
territorial como un leopardo negro, 
fosforescente orégano 
que me sirvió para no hablar con nadie, 
y para aclarar mi destino 
renunciando al alarde del discurso 
con un secreto idioma, el del orégano.



quinta-feira, 12 de junho de 2014

'Desfado.'

É mesmo bom acordar pela manhã, e não pensar no que tem para fazer. Simplesmente acordar, e ir realizando as nossas atividades sem hora marcada, apenas com o compromisso de não ter compromisso.
Pedro Silva Martins, compositor de 'Desfado', música que Ana Moura empresta tão lindamente a sua voz, fala sobre coisas dessas. Não ter destino, não acreditar em um destino . Apenas deixar acontecer. Até porquê, como dizem por aí: a vida só tem dois dias. 
Passear pelo calçadão de Oeiras, num esticão que começou desde Paço d'Arcos até a Marina de Oeiras.
Apreciar o que a natureza tem para oferecer, e aquilo que a vida nos proporciona. Nem sempre as coisas são fáceis, não é verdade? Mas reclamar sempre, parece-me que é não dar oportunidade do melhor acontecer. 
Hoje eu estou assim. Feliz. Sem ter motivo. Apenas agradecida por ter o que amo.
Amanhã posso pensar diferente. Mas hoje eu quero aproveitar e pensar que o meu fado é não ter fado nenhum. 
E hoje eu não estou certa de nada, apenas aproveito. Qualquer coisa que tenha para aproveitar, até o meu feijãozinho com arroz que agora me espera.
:-)
"Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande certeza de não estar certa de nada"
O Pedro Silva Martins é que sabe.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Lilás como um Jacarandá.

O Jacarandá anda por aí a brotar e a deliciar os nossos olhos. Árvore nativa de alguns países da América Latina, e muito apropriada para climas temperados, parece-me que encontrou aqui um ótimo lugar para florir.
No outro dia, de passagem por Lisboa, tive a contemplar a sua beleza. Imponentes, liláses e muito agradáveis.
Hoje quando voltava das compras, parei um pouquinho debaixo de um Jacarandá. Acho que tanta beleza e com um nome tão gostoso de repetir (Jacarandá, Jacarandá, Jacarandá), dava mesmo para se fazer um poema, ou uma música destas tão sentidas que até parace que foi você quem a escreveu.
Terá sido após aproveitar a sombra de um Jacarandá que o Djavan escreveu a música Lilás?
Se foi ou não, eu não sei. Só sei que esta linda árvore merecia.
Ainda esta semana, li também uma publicação no Facebook de uma amiga, que igualmente dava conta de  uma dúzia destas árvores na zona de Cascais ( a fotografia era partilhada do marido).
Fiquei a pensar que eu de facto, não era a única a notar a sua resplandecência (que palavra bonita, hein?). Mas como ficar indiferente a tamanha beleza? Por todos os lugares que ando, admiro cada uma de forma diferente. Sim, porque tal como nós, cada uma tem a sua singularidade.
Então, fotografei esta com o telemóvel e não resisti  a partilhar com vocês.
Espero vos inspirar para apreciar este lindo presente da primavera.

Tita R.


AH! Se quiseres apreciar a colagem ao som de Lilás do Djavan, é só clicar na imagem!

sábado, 7 de junho de 2014

Bons ventos.

Dia solarengo e de primavera.
Quem tiver um barquinho a vela, que me convide para passear.



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Bater perna e depois relaxar.

Hoje tive um dia um pouquinho exaustivo. Acordar cedo, apanhar transportes, estar duas horas sentadinha sem poder se levantar, e o pior de tudo (um castigo, até!) estar sem falar uma palavra por 2 horas!
Sabe o que é me pedir para estar calada? Pois...
Na hora do almoço, aproveitando o facto de estar por Lisboa, fui visitar duas queridas amigas. E por causa delas, conheci uma outra 'potencial'. Sabe, foi daquelas coisas de simpatia à primeira vista. 
O almoço foi uma pizza espeCtacular (sim, com c maiúsculo e sem acordo,para dar ênfase ao grau de gordice que a pizza tinha).Uma massa fininha e um top dignos de um episódio do MasterChef.
Que momento tão agradável e bem passado!
Foi tão bem passado e deveras cansativo (já me desabituei a sair de Oeiras para Lisboa) que vinha eu, prosa e pensativa no comboio que acabei por adormecer. Tomara que não tenha babado, rs. Bem, pelo menos não percebi.
Mas, posso dizer que a minha sexta-feira foi fora do normal e muito LEGAL (como dizem lá em terra brasilis).
Depois da maratona de hoje, foi chegar a casa e relaxar  no sofá.
Hoje nem a chuva estragou o meu dia.
A capacidade de rir enquanto chove, é para alguns.

Tita R.



quinta-feira, 5 de junho de 2014

Seria uma boa ideia.

O objetivo se aproxima. E uma pessoa tem mesmo que estudar.
Não há como fugir.
Mas hoje é daqueles dias, em que me apetecia dar um bom passeio por Lisboa, nos solavancos do eléctrico 28, a aproveitar a viajem e estar melancólica por uns tempos que não vivi.
Se pudesse viajar no tempo, gostaria de visitar a década de 30.
Mas como não posso...
Fico com a vontade de, pelo menos, me imaginar a passear neste dia fresquinho e solarengo de primavera.
Ai, ai...
Tita R.


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pés para que te quero!


Hoje fui sentir a areia nos pés. Porque até os meus pés precisam de miminhos.
Com tantas andanças que eles têm feito por aí, resta a mim paparicá-los feito uma diva. Coitadinhos.
Então resolvi que depois de caminhar pelo calçadão, ou paredão (como dizem aqui na terra de Cabral), resolvi sentar-me  e enterrar os pés na areia.
Não na areia muito molhada. Mas também, não na areia muito seca. Até porque ela está cheia de pequenos gravetos, que aparecem não sei de onde, que magoam um bocado (Até parece uma analogia para pessoas chatas, de onde é que elas surgem?).
Tem que ser na areia assim-assim. Meio húmida, meio seca. Aquela que fica fofinha, e a preferida das crianças para os castelos de areia. (Outra analogia romântica, não acham?)
Não entendo a razão deste meu gosto em particular. Ter os pés na areia, mas ficar irritada para tirar a areia dos pés. É um contra-senso eu sei. Mas qual a mulher que não é complicada?
Então hoje, antes de ler umas tantas páginas dedicadas a Administração Pública, fui me inspirar (porque para tal, é mesmo preciso). Estive uns 10 minutos, sentadinha no areial da praia de Paço D'Arcos. Observei os idosos, alguns adolescentes, mães com seus bebés, e é claro, a Torre do Bugio.
Soube bem.
Sempre sabe. Este contemplar de pequenas coisas do dia. Ser um observador, no meio da correria de alguns, no meio do descansar de outros. Até fez-me lembrar um texto de Baudelaire, sobre o Flâneur ("uma figura curiosa e fascinante, que dedica o seu tempo, a vagar pelas ruas, no intento de observar o que acontece ao seu redor, de captar algo mais perene do cenário urbano")

Como um Flâneur, ando por Oeiras, a observar as pequenas coisas , neste lindo cenário que ela me oferece.

Tita

domingo, 1 de junho de 2014

Despedidas

Sempre é difícil nos despedirmos seja de quem for.
Acabei mais um projeto, e sinto que vou sentir falta da tal rotina que a maioria das pessoas tanto reclamam.
Então para aquelas pessoas que ficam, e que tive o enorme prazer de conhecer, um "até já".
Já é tempo de virar a página.

Tita R.