segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pés para que te quero!


Hoje fui sentir a areia nos pés. Porque até os meus pés precisam de miminhos.
Com tantas andanças que eles têm feito por aí, resta a mim paparicá-los feito uma diva. Coitadinhos.
Então resolvi que depois de caminhar pelo calçadão, ou paredão (como dizem aqui na terra de Cabral), resolvi sentar-me  e enterrar os pés na areia.
Não na areia muito molhada. Mas também, não na areia muito seca. Até porque ela está cheia de pequenos gravetos, que aparecem não sei de onde, que magoam um bocado (Até parece uma analogia para pessoas chatas, de onde é que elas surgem?).
Tem que ser na areia assim-assim. Meio húmida, meio seca. Aquela que fica fofinha, e a preferida das crianças para os castelos de areia. (Outra analogia romântica, não acham?)
Não entendo a razão deste meu gosto em particular. Ter os pés na areia, mas ficar irritada para tirar a areia dos pés. É um contra-senso eu sei. Mas qual a mulher que não é complicada?
Então hoje, antes de ler umas tantas páginas dedicadas a Administração Pública, fui me inspirar (porque para tal, é mesmo preciso). Estive uns 10 minutos, sentadinha no areial da praia de Paço D'Arcos. Observei os idosos, alguns adolescentes, mães com seus bebés, e é claro, a Torre do Bugio.
Soube bem.
Sempre sabe. Este contemplar de pequenas coisas do dia. Ser um observador, no meio da correria de alguns, no meio do descansar de outros. Até fez-me lembrar um texto de Baudelaire, sobre o Flâneur ("uma figura curiosa e fascinante, que dedica o seu tempo, a vagar pelas ruas, no intento de observar o que acontece ao seu redor, de captar algo mais perene do cenário urbano")

Como um Flâneur, ando por Oeiras, a observar as pequenas coisas , neste lindo cenário que ela me oferece.

Tita

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