quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Saudade arretada!

Eu tenho uma pedaço nordestino em mim. Um pedaço que vem da parte da minha mãe. Que tão pequenina saiu do Rio Grande do Norte, e junto com a sua família rumou ao sudeste do Brasil. Foram à busac do Sul Maravilha. E lá ainda estão todos.
Minha mãe, uma nordestina indígena (de pai e de mãe), tem o sotaque carioca, a cultura cristã, mas a alma continua no sertão. Peixe com côco, Pirão de peixe, Jabá com jerimum (carne seca com abóbora), mandioca, côco ralado na hora, e (Meu Deus, que delícia! ) tapioca. A paraíba (carinhosamente chamada assim pelo meu pai) cozinha mesmo bem. Ontem quando eu comprei tapioca, ela me passou por telefone a receita de uma tapioca. E eu só de ouvir fiquei abilolada.
Estas comidas todas que falei, não faz parte nem da metade do cardápio nordestino. E se você não conhece nenhum deles, é melhor se apresar. Procura por aí um restaurante, uma nordestina cozinheira, ou então compra um bilhete para o Nordeste.
Hoje eu deixei esta parte arretada do meu sangue, fervilhar. Fiz tapioca, e comi como se não houvesse a hora seguinte. Deu-me tanta satisfação, que se me oferecessem ouro, ao invés da tapioca eu rejeitava.
Hoje eu me senti uma verdadeira Maria Bonita. Nordestina cheia de garra, e feliz das suas origens.
Comi e me deliciei! 
Ôxi, coisa boa de danada!





Quer saber sobre as expressões nordestinas? clique aqui e se divirta!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Bicho Preguiça.

Há dias em que eu penso que sou alguma mutação humana do bicho preguiça.
Sono, preguiça, fome. Três sentimentos que se repetem concomitantemente.
E eu nem sei a razão. Quer dizer sei sim...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Semana doce.

Vejam só que excelente ideia para o lanchinho da tarde.
Pode fazer esta linda sobremesa com os seguintes ingredientes:

  • 1 potinho de vidro de iogurte ou conserva;
  • Iogurte grego;
  • Frutos vermelhos;
  • Calda de morango (para sorvete) ;
  • Cereais.

Bom apetite, e uma semana doce!

A imagem pode ter direitos de autor.


domingo, 10 de agosto de 2014

Tenho fases como a Lua.

E porque hoje é dia (ou noite) de Super Lua, deixo-vos aqui este lindo poema de Cecília Meireles:

Lua Adversa

Tenho fases, como a lua, 
Fases de andar escondida, 
fases de vir para a rua... 
Perdição da minha vida! 
Perdição da vida minha! 
Tenho fases de ser tua, 
tenho outras de ser sozinha. 

Fases que vão e que vêm, 
no secreto calendário 
que um astrólogo arbitrário 
inventou para meu uso. 

E roda a melancolia 
seu interminável fuso! 

Não me encontro com ninguém 
(tenho fases, como a lua...). 
No dia de alguém ser meu 
não é dia de eu ser sua... 
E, quando chega esse dia, 
o outro desapareceu... 

Cecília Meireles, in 'Vaga Música'



quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Roupinha Seca.

Não sei se foi a falta do amaciador de roupas, ou se foi do calorzinho da tarde, mas hoje quando recolhi a roupa do estendal, estavam exatamente assim.
Depois, dobradas e diretamente para a gaveta. Tal como prometido.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Cartões de Leitura, cadê você, meu fio?

Ando a estudar para alguns exames. A quantidade de matéria é extensa e por vezes torna-se cansativo, ler a Constituição da República Portuguesa, ou então estudar estatística ao mesmo tempo que o meu filho está a ver o H2O, Jersie, ou O meu cão tem um blog (se não sabe do que se trata, é porque certamente não tem um filho entre os 5 e 9 anos, ou então não tem o Disney Channel em casa).
E por causa deste ambiente acolhedor, que faria desconcentrar até o Dalai Lama, lembrei-me de um método de estudo que o meu pai e meus irmãos mais velhos me ensinaram: as maravilhosas ficha de leitura
Bem, se você não faz a mínima ideia do que se trata, das duas uma: ou nasceu na década de 90 para frente, ou então no seu país tem um nome diferente.
E depois de lembrar, deste maravilhoso método de estudo (sim , funciona mesmo. Funcionou comigo durante muitos anos), decidi ir à procura dos 'cartões' mágicos, para fazer as minhas fichas de leituras.
Muito bem, como o mais simples dos mortais, o primeiro lugar onde fui, em busca do milagroso cartão, foi a loja do chinês, mesmo na esquina da minha casa. O pior não foi não encontrar o que eu queria, o pior foi explicar do que se tratava:
- Cartões de leitura.
-Catões de leitula?
- Sim, metade disto (com um pedaço de cartolina nas mãos) com linhas para escrever (apontando freneticamente para um caderno pautado).
- Sim, sim. Cadelno.
- Não, não é um caderno, são folhas soltas.
- Folhas ( e o senhor com um maço de folhas de ofício A4).
- Não, não é isso.
- Então não existe aqui. Aqui não tem este.
- Obrigada.
Saí um pouquinho exausta da loja, confesso. Mas fui rumo a uma papelaria, de uma senhora idosa. Ela olhou triste para mim e disse: 
- Há muito tempo não tenho e nem vendo isto. As pessoas já não sabem estudar. Vão ao Google.
-Ah! que pena. Mas obrigada na mesma.
Mas a procissão em busca do papelinho não parou. Fui à Vila de Oeiras e surpresa das surpresas, encontrei algumas na Livraria Gatafunho, a senhora de lá surgiu com aquilo, como  se tratasse de ouro (aos meus olhos). Até fiquei emocionada. A simpática senhora com sotaque castelhano, dispensou-me meia dúzia deles e vim eu, toda feliz para casa.
Pensei: Caramba, meu! Estou velha. Isto são cartões de 1900 e lá vai fumaça. E eu estou tão feliz por encontrá-los, até parece o meu pai a ouvir discos de vinil.
Bem, pelo caminho lembrei de mais uma papelaria. Antiga também. O senhor disse que tinha, e mais uma vez a emoção foi tanto que até era capaz de lhe dar um beijinho. Era, porque como é óbvio não o dei.
Três euros e sessenta bem gastos. 
E eu a pensar, nem o Sr. Google e toda a sua oferta de resumos de obras e assuntos me seduziu tanto.
E viva aos cartões de leitura. Se quer aprender como se faz uma boa ficha de leitura, clica aqui, tem ótimas dicas.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Coisas Gulosas.

Hoje descobri uma receita de sobremesa de fazer água na boca a qualquer simples mortal. Prometo-vos que assim que fizer esta receita, partilho com vocês as imagens aqui.
Enquanto não o faço, deixo-vos os passos de preparação desta maravilhosa Bola de Chocolate.
Yummmmmmi!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Amélia é que era mulher de verdade.

Ontem foi um domingo cansativo. Há muito tempo é que não me aventurava tanto.
Não, não foi nenhuma aventura bestial. Foi uma aventura de ferro e roupa. Passei 5 cadeiras de roupa. Tanta que quando eu pensava que estava a acabar, ela brotava de algum cantinho.
Há muito tempo adotei a "filosofia" de, tirar a roupa do estendal (1º passo), dobrar(2º passo) e colocar nas gavetas(3º passo). Mas desta vez  foi difícil. O cansaço e a preguiça impediu-me de exercitar os três passos da felicidade. E elas foram ali, timidamente acumulando. Eu fui alimentando aquele monstro, amarrotado e estrategicamente equilibrado em cima da cadeira, no canto do castigo no meu quarto. Oh, céus! Vida difícil!
Depois de uma jornada de mais ou menos 5 horas, lá estava a cadeira, imponente e orgulhosamente vazia.
Foi um feito e tanto. Ninguém que me diga ao contrário.
De agora em diante, prometo voltar a seguir o esquema dos três passos. E se não conseguir, tenho mais uma penitência para cumprir. Passar aquele "montaréu" de roupas novamente.
Vou continuar a sonhar, e a desejar o dia em que terei uma pessoa a passar todas as minhas roupas impecavelmente.
Um dia quem sabe, quando eu for gente grande.


sábado, 2 de agosto de 2014

Sábado de Sol (encoberto) e de descobrimentos.

Tímido, muito tímido que ele estava hoje. Lá de vez em quando dava ares de sua graça. Mas, para compensar, mesmo escondidinho, ele aqueceu-nos o dia. Sabe que às vezes até chego a pensar que devo estar com uma menopausa precoce.
O tempo hoje em Lisboa estava abafado. Uma brisa suave, refrescava-nos por breves segundos. O Chiado estava cheio de turistas. Tão cheio, tão movimentado que quase pensei estar no centro do Rio de Janeiro, num dia de semana. Quase...
O meu filho estava feliz por estar em Lisboa. O menino foi gerado e criado em Oeiras, mas nasceu em Lisboa. Acho que não há como fugir destas coisas. Lá bem no fundo ele deve saber que como um bom 'alfacinha' deve curtir a cidade. E o rapazinho curti tanto que até parece que tem ali um pingo de melancolia, uma saudade de algo que nunca viveu. A saudade de Lisboa.
Mal colocou os pés no Cais do Sodré, exclamou da sua inocente felicidade: Mãe, já estamos em Lisboa! Eu gosto muito daqui!
Como é possível, ainda me pergunto.
Depois daquele almoço maravilhoso: peixinho grelhado, boa bebida e bom acompanhamento. Fomos tal como turistas observando cada detalhe.
Eu não sei vocês, mas cada vez que vou a Lisboa, descubro algo novo, ou vejo o antigo com um olhar refrescante.
Descobri que virou moda degustar peixe em conserva (visitei a Loja das Conservas). Para todos os tipos de gostos: sardinha, atum, salmão. Se antes comer sardinha em lata era sinal de pouco poder de compra e pouco requinte, agora significa que você tem gosto, é hipster (porque ser hipster tão está na moda) e é claro comprar em conservas é vintage.
Descobri que em todos os lados, tem sardinhas (artificiais) a vender. De loiça, de pano, de cortiça, de madeira, de plástico. Se antes o símbolo de Lisboa era o elétrico, agora é o elétrico  e a sardinha.
Decidimos entrar no Museu do Banco de Portugal (vale dizer que a entrada é gratuita), que está lindíssimo. A obra está estonteante. O trabalho conseguido  pelos arquitetos, em si, já é uma obra de arte que vale a pena a ser observada. Na cave do Museu está a Muralha de Dom Dinis. Vale tão a pena ver, que vamos voltar para uma visita guiada.
Fomos a FNAC e a Bertrand. Descobrimos livros novos, compramos mais um. Vimos que Lisboa é concorrida a cada centímetro por gente de todos os tipos, todas as cores, todas as nacionalidades e gêneros. Alguns chamariam de babilônia, eu chamo de 'uma miscelânea de gente'.
Que delícia. Ter um pedacinho de sábado bem passado.
E é claro o meu filho satisfeito e feliz.
Passear com a família, (re)descobrir cada cantinho de Lisboa, recomenda-se vivamente.
;-)
Tita R.




sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O que der na telha.

Agosto já chegou. Parece que entre os meses do ano, eles andam a fazer uma corrida para ver quem termina primeiro.
E não adianta falar aquelas frase vulgares de sempre, sobre como o ano passou a correr. Acaba por ser um cliché, porque todo mundo (inclusive o meu filho de 5 anos) sabe que o ano passou depressa.
É agora que algumas pessoas ficam melancólicas a pensarem na vida e na redefinição dos planos que haviam traçado para o ano de 2014. Que nem 1/3 conseguiram concretizar. Isto inclui-me.
Tenho uma amiga, que está a sempre a me dizer: "nada como os anos". E é verdade. Vamos dando menos importância a algumas coisas e o que realmente importa, não nos cansamos de aproveitar, como a família, os amigos e o seu passatempo favorito.
Muito bem minha gente. Estamos em Agosto. O mês que alguns chamam de desgosto, e que eu recuso-me a aceitar esta sugestão do provérbio popular para passar o mês.
Agosto, minha gente, há de ser um mês com gosto e é claro ao meu gosto.
Em Agosto, dois dos meus manos fazem aniversário. Em Agosto, tenho o meu filho o mês todo em casa só para mim, e na segunda quinzena o meu filho e o meu marido. Em Agosto tem sol, mesmo que um sol tímido. Em Agosto as ruas estão vazias e a piscina do Inatel de Oeiras, também.
Portanto, esqueça lá qualquer plano e curta cada dia de Agosto, ao seu gosto.
Hoje apetece-te ficar em casa? Ir à praia? Ao jardim? Fazer ronha no trabalho? Pois faça o que te der na telha. Quebre as expectativas para o mês de Agosto. Vá para o Norte, ao invés de ir par o Sul. Compre comida no Continente, Pingo-Doce ou naquele senhor da loja de frangos da esquina. Quebre as expectativas e o quotidiano. Viva um mês diferente, e experimente não reclamar.
Agosto, ao gosto e com gosto!

Tita.